Heichal
Sód Elohai
ID: 144.660.181.207.048
Depois de muitos dias velejando em meio às
nuvens púrpuras suspensas sobre o álveo do ARGAMAN, atracando vez ou outra
nalguma das Emüdot Ta’alümot - as 212 colunas de mistérios sobre as quais foram
edificadas as Bëitim Midrashim – as 212 escolas de estudos do Talmude de Qédem
nas quais fomos instruídos com mistérios elevados, o Arpoador ancorou de volta
no espaço-porto de Pardês, a capital de Aür. Meu pai, Ayyüb, o patriarca de
Aür, veio pessoalmente nos recepcionar junto com Shari’gam, Eph’ron e Ig’dal, a
tríade da guarda imperial, exímios espadachins e esgrimistas do nosso mundo. No
último dia de nossa viagem mística e esotérica, permanecemos todos dentro do Salão
do Segredo de D’us, o Heichal Sód Elohai estudando os pergaminhos secretos da
Sabedoria diante das chamas suspensas da grande Menorá – a Candelabra de sete
lâmpadas que fica levitante dentro do Salão do Segredo de D’us. Minha sha’on
havia despejado cento e trinta e sete pedras no fundo de sua micro-redoma desde
que aportamos em Pardês.
“ – Humm! Cento e trinta e sete? De acordo
com o Gimat-Ária este é o valor da antiga palavra “QABALÁH” que significa
“Recepção do Divino”. Uau! Razá Ila’áh! – Balbuciei comigo.
- Beruchim há’baim – Bem-vindos - Nos
saudou o patriarca do planeta da luz divina assim que descemos as escadas de
cordas de tzipori trançadas de seis degraus e que conduzem ao veleiro espacial.
Esta escada recebe o nome de Tzerufim[1]
por ser feita de corda trançada. Os artesãos que trabalham na criação das
tzerufim são chamados de Temurot[2].
Dizem, que trançam códigos da Sabedoria nos entrelaçamentos dos nós entre as
tranças e somente uns poucos iniciados os podem ler. Eles também criam os
tecidos especiais para os velames dos veleiros espaciais nos quais codificam,
dizem, segredos nas tramas. A tradição dos tzerufim remonta ao início da Era
dos Ethanim, quarenta e dois mil anos no passado.
Sobre o velame, devo lhes confidenciar a respeito
da vela principal chamada Ethan e que possui a forma do sinal dos Ethanim e,
não por acaso, fora nomeada por esse nome sagrado. Ela é composta de três peças
feitas de cutená e pishtan, sendo a peça central e também a maior transversal
diagonal esquerda acima e direita abaixo e duas outras acima e abaixo, à esquerda
abaixo e à direita acima.
A forma da vela principal
- Fizeram uma boa nessiá Beniel? – Me
perguntou Ayyüb enquanto unia dedos aos dedos das mãos fazendo o sinal secreto dos
Ethanim. – Sim, meu pai, fizemos – Respondi. – Uma nessiá regada de mistérios
divinos, segredos herméticos, muito estudo e meditação dentro do Heichal Sód
Elohai – completei.
- Razá Ila’áh – nos saudou novamente o
patriarca de Aür repetindo com as mãos o sinal dos Ethanim. – Razá Ila’áh –
respondemos em uníssono.
- Beniel? Você conhece o mistério na forma
da vela principal do velame do Arpoador? – Questionou-me S’thur. – Ela possui a
forma da primeira letra do alfabeto divino que é o sinal dos Ethanim e, por
esta razão, o Arpoador é também chamado de Merkavá Elohai que se traduz para
“Carruagem Divina” – Completou antes que eu pudesse me manifestar.
O Heichal Sód Elohai só existe em uma das
embarcações flutuantes de Aür, no veleiro espacial Arpoador, assim também como
os 314 dormitórios-estudo. Ele fica, como já relatado em um Séter Sipur, o ARGAMAN,
em um compartimento secreto abaixo da popa deste veleiro espacial. A entrada
para o Salão fica atrás da biblioteca do Hall da leitura que se encontra logo
após o refeitório do Arpoador. O pórtico secreto fica no centro da décima
segunda estante de livros e pergaminhos no fundo do Hall da leitura. Cinco
livros secretos precisam ser puxados para que a passagem se revele. Estes cinco
volumes são o segredo das cinco letras na palavra “Patach Lí (yl x[p)” que se traduz “Abra-se para mim” e que
de acordo com o Gimat-Ária possui o mesmo valor numerológico da palavra “Maftêach
(x[pm)” que significa “Chave.” Quando a
passagem se fecha, nenhuma abertura ou porta fica visível. O acesso fica atrás
da enorme Menorá suspensa que fica dentro do Heichal Sod Elohai.
Todo o Salão é revestido com Éven-Meurá –
a Pedra-Caverna – extraída da região próxima à Gruta de Macpelá onde fica a
passagem secreta para o Jardim do Éden. Inscrições sagradas com esfinges
divinas foram lavradas em todo o revestimento. Pedestais feitos de
éven-tarshish – a pedra de Társis – estão distribuídos juntos as paredes do
Salão. São em número de seis. Chamas flutuantes permanecem acesas sobre eles e jamais
se apagam pois são centelhas da Nér Tamid – a Luz Eterna – que se encontra
dentro do Salão da Adoração em Hallel[3].
Foram trazidas por Dód, o patriarca de Hallel em pessoa e oferecidas ao
patriarca de Aür.
Dizem que as sete luzes principais que
flutuam acesas sobre as sete lâmpadas da Candelabra são centelhas das sete sentinelas
angélicas que guardam as entradas para os Palácios superiores. A sentinela do
pilar central se chama “Malka M’natrana[4]”
e as outras seis são chamadas de “Natria[5]
e quando se manifestam acesas assumem as formas das letras do alfabeto sagrado,
o Shab’ta, e revelam mistérios aos iniciados. Certa ocasião, a mesma na qual
singrávamos os céus acima do leito do ARGAMAN, as chamas se manifestaram
assumindo a forma da sétima letra do alfabeto, a letra Zayin, a inicial da
palavra Zôhar, o nome do livro estudado nas Edumot Ta’alumot.
A letra Zayin
Nesta mesma ocasião, as luzes da
Menorá suspensa cujas chamas são centelhas das almas dos anjos, manifestou
mistérios superiores enquanto suas chamas, assumindo as aparências das letras
do Shab’ta, revelavam segredos superiores. Nesta oportunidade, as sete lâmpadas
da Candelabra escreveram “Zôhar Ór” e depois mais sete letras formando a
palavra “Há’Kochavim” e que juntas escrevem a sentença “Zôhar Ór Há’Kochavim”
que se traduz “O Zôhar é a Luz das Estrelas” revelando que segredos e mistérios
elevados estão escritos nas estrelas.
Ah! Esqueci de lhes dizer: Há dois
espaço-portos em Aür. Um é o espaço-porto de Pardês, o qual eu já lhe
apresentei no Seter Sipur ARGAMAN. O ouro é o espaço-porto de Sefarad que fica
no centro do planeta e é o mais usado pelos estudantes da Escola de Mistérios,
a Escola Seter. No espaço-porto de Sefarad. Seiscentos e sessenta metros à
frente do ancoradouro, fica, suspensa a 314 metros de altura, uma enorme Kartis
Nessiá – a passagem milagrosa, que transporta os veleiros espaciais num salto
para qualquer região do planeta onde haja outra semelhante.
Certa ocasião, no 314º dia do ano,
partimos do espaço-porto de Sefarad atravessando a Kartis Nessiá num salto
diretamente para a escarpa rochosa de Kadma’á onde fica a caverna de Adma Kásia
com intenção de participarmos do Iom Galuí – o Dia da Revelação, no qual uma
Tara’a[6]
se manifesta revelando segredos da Sabedoria Escondida. Dizem que seu nome é S’thuriel
e, de acordo com os méritos das almas dos participantes do círculo hermético,
revela os mais elevados mistérios ocultos.
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