A
APARIÇÃO
ID:
144.166.207.048 – s72
294.769
Ayyūb tomou o seu Al’ud
Lyrae que lhe fora dado de presente quando esteve em Sheliak[1]
e começou a dedilhar as 72 invocações dos Nomes celestiais de Lorde Atiká.
Estava sentado dentro do "Jardim Interior" cercado daquela
maravilhosa diversidade de plantas naturais de Aür e outra centena de espécies
alienígenas. As qatanim qórem-tamar[2]
plantadas em vasos flutuantes, palmeiras de Ária Qadmáia trazidas da cidade de Omm,
seqóias de Akrav, o lar de Dan, trepadeiras de Sólomon, diferentes por não
existirem em forma fisica, mas na forma do mundo da emanação como sombras
luminescentes. Plantada em um nini jardim de 72x72 amot2 estava a
maravilhosa, mistica e imortal Rosa Negra radiante de Atiká, que é cultivada
dentro do partzuf de keter, chamado de Qodêsh Qodashim – a primeira expansão. Uma
flor única, cuja idade é um dos perfeitos mistérios do universo. Suas treze
pétalas emitem o brilho púrpura do argaman, e em cada uma delas centenas de
mini galáxias podem ser vistas, com centenas de milhares de sóis pendurados em
suas bordas, uma visão cujo segredo somente as almas mais elevadas poderiam
penetrar. Os sábios chamam-na de Shoshaná Shachorá shel Atiká.
As sete quedas d´água
mantinham cheia a piscina suspensa, e os céus estavam repletos de estrelas
piscantes como os sad´ram voando ao redor das etzim. Sobre este magnífico
“Jardim” falar-lhes-ei adiante.
Um código estava escrito
nos céus naquela noite traçado pelo dedo de Atiká e Ayyūb podia lê-lo na
perfeição, uma vez que fora iniciado na Sabedoria de Qédem pela Escola Séter. Podiam
contar-se as galáxias satélites da grande espiral de Qédem naquela mística
noite.
Os Nomes de Atiká fluíam dos lábios purpúreos do patriarca os quais podia ler nas paredes onde foram gravados em Shab´ta dentro do jardim. Sentiu o “erev avir – o sopro do entardecer” tocar-lhe os fios prateados dos cabelos.
- Quantas espirais contaste
hoje nos céus, diz-me? – a voz fez-se presente no jardim interior, mas a sua
origem não, e Ayyūb pode imediatamente reconhecer as entonações de Lorde Atiká.
Ao desviar os olhos para baixo da piscina suspensa, viu a chama que flutuava
sobre o lago abaixo dela, à qual os Ethanim chamam Aisha Há-Or.
- Setenta e duas meu
Senhor – respondeu Ayyūb enquanto abafava com a mão direita as cordas do seu devoto
instrumento.
- Ei-zêh há-derech iechaléq or iafetz Qédem
alei-aretz?
– Perguntou Atiká na língua de Éber, e a cada palavra Ayyūb viu as línguas de
fogo que eram lançadas da chama que flutuava sobre o lago.
“Onde está vereda por
onde se difunde a luz e caminha o vento de Qédem sobre a terra?” – ressoou
instantaneamente na mente do patriarca como se num daqueles tradutores
automáticos feitos em Meconai – o planeta das máquinas.
Percebeu, apesar da
tradução na sua mente, que a pergunta de Atiká continha um código, algo mais
profundo que falava directamente à sua nishamá (alma divina), pois podia ouvir
distintamente as setenta e duas línguas que fluíam nas palavras de Atiká.
Havia setenta e duas
línguas de fogo dançando ao redor da chama abaixo da piscina.
Ayyūb lembrou-se
imediatamente do ensino de Magid sobre o “Código de Chazkiel” escrito na língua
de Belteshazzar que continha setenta e duas palavras.
Então a sua mente elevou-se,
e percebeu que aquela oração podia invocar o poder daquelas setenta e duas
espirais satélites de Qédem.
- Pelas barbas de Magid!
–exclamou Ayyūb, desviando o olhar para o manto negro estendido sobre o
planeta.
- Eftecha ve´mashal Pi, abiá chidot mini Qédem! – Novamente a voz de
Atiká e novamente a tradução se fez naturalmente na mente de Ayyūb.
- “Contarei uma parábola
e enunciarei enigmas desde os tempos de Qédem”.
Uma das “línguas de fogo”
flutuou até ao patriarca que instintivamente lhe estendeu a mão direita com a
palma voltada para cima. A chama manteve-se então por sete micro pedras de uma
sha´on pequena, para de seguida lhe penetrar na palma. A mão do patriarca continuou
a brilhar como uma única lâmpada suspensa, por vinte e seis daqót.
- Olha para ela Ayyūb -
disse o Senhor do universo. Ayyūb bar Atiká, assim chamado desde a sua chegada
ao planeta da Luz divina, fitou o olhar na palma da sua mão e viu gravado nela
uma das Oti ´Ót do shab´ta, a vigésima terceira.
Enquanto olhava para sua
mão, começou a ouvir uma música, instintivamente procurou a sua origem.
Percebeu então, que vinha do espaço, diretamente das setenta e duas espirais
galácticas, satélites de Qédem. Eram como que milhares de orquestras, executando
juntas a Shari-Yah. Jamais, nos seus 5.766 shanot tinha presenciado uma audição
como aquela, não podia encontrar palavras para classificá-la. Rendeu-se então
aos sons daquela música galáctica e logo o patriarca de Aür levitava com os
braços elevados sobre a piscina suspensa dentro do jardim interior. As suas
unhas brilhavam como estrelas no universo e sabia agora que a música era
entoada pelos milhares de seres habitantes daquelas setenta e duas galáxias
satélites de Qédem, que louvavam o Creador do universo. Podia distinguir e
separar na sua mente cada uma das milhares de vozes e os seus significados,
coisa que nenhum tradutor, mesmo os mais modernos fabricados em Meconai, seria
capaz de realizar, uma vez que nem mesmo o G.A.D.I tinha a classificação de
todos os idiomas falados naqueles mundos.
Segredos foram-lhe revelados
naquela noite, posteriormente registados em pergaminhos segretos e escondidos
nas cavernas do Oásis Interior. Alguns destes segredos foram organizados neste
Sipur, com a autorização dos Sábios de Aür.
Esta fora a única vez em
seus 5.766 shanot que tinha sido presenteado com este fenómeno pelo Senhor do
universo.
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